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No jardim no qual floresço
As ervas crescem à volta do meu berço
Mas que tolo sou eu preso
Aqui, prostrado totalmente indefeso.
Tenho todas as ferramentas à disposição
Para as ervas eu desbravar
Entalado na minha solidão
Deixo crescer e o tempo passar.
Do acaso, não se trata
O jardim apodrecer e eu parado
A inércia do conforto retrata
O que se tem neste jardim passado.
Consciente e pensativo por aqui fico
Triste, revoltado, deprimido e desapontado
Todavia, a bonita passagem neste jardim
Que no final este jardim esteja bem tratado.
O que outrora foi, hoje ficará
Na gruta mista de memórias
Repleta de vivências e mixórdias
Que um dia o tempo levará.
A gruta permanece na esperança
De que alguém a encontrará
Para que em última estância
Dar o que de bem, nesta gruta, estará.
Ela sempre procura como fim
Não chegar ao ponto da sua rutura
Não se tornando assim
A culpa da sua própria tortura.
Por que é que escrevo? Eu escrevo quando o meu estado de espírito me permite fazê-lo. A condição vital para o processo da escrita é a motivação que pode ser impulsionada de várias formas. A mais comum é quando me sinto vivo e para me sentir vivo, preciso de ser produtivo. Outrora, " tempos mortos" era uma expressão que banalmente usava. Hoje, esta mesma expressão está diretamente ligada à minha linha de pensamento. Não ser produtivo são momentos "mortos" porque não me sinto vivo. Podemos hiperbolizar a pandemia e afirmar que passei 6 meses morto. Morto de espírito, morto de ambições, morto de motivação,morto na escrita. E agora volto mais forte que nunca, porque não tenho mais circustâncias para me sentir morto.
Ligações prisioneiras, sem explicação
Sem julgamento, uma queda vertical
Pode ser à família ou à nação
Tudo acaba por ter um ponto final.
Fugimos do sofrimento
Erramos, enleamo-nos ao que nos rodeia
Iludida em contos, fábulas, sereias
Infelizmente, amadurecemos com o tempo
Caímos sem levantar voo, morta
Desamparados numa realidade dura, sofrimento
Procuramos sair juntos, ajuda
Mas somente depende da vontade, autoestima.
Mundos diferentes interligados.
Forças da natureza, esgotadas
Falta de causas abraçadas…
O fim tem os seus dias contados.
Por mais batalhas que enfrento
Mais cicatrizes e dor aguento
Mas para o caminho ser persistente
O objetivo é corpo são e mente
Acordo todos os dias a pensar ser independente
O que não vejo e sinto
É que em nada sou diferente,
Se acordar e não ser independente.
Quero cada vez mais sentir
Que este sentimento prevaleça
A independência a rir
À espera que ela aconteça.
Uma lição retiro
Deste pequeno manuscrito
Que nada somos controladores
Vagueamos apenas nos bastidores.
Num rio abastado
Procuro cego e sozinho
Sincronizamo-nos lado a lado, não
Vamos parar este joguinho!
Não vale a pena esta aflição
Um sufoco, uma dor em vão
Caminhos distantes, desencontrados
Não continuemos atormentados.
Correto, procuro infimamente
Plantamos a árvore, não a semente
Perdido céu estrelado
Estou verdadeiramente ao teu lado?
Corpos atraentes, perspetivas diferentes
Adaptações contínuas e indecentes
Frustrado, sentimentos incontroláveis
Parecia, só parecia, que estávamos estáveis.
Vivo a vida no limite
O tempo voa sem compaixão
Ele não me permite
Ficar sentado à espera de solução
Lutas e desânimos
Problemas por resolver
Busco na vida outro ânimo
Os enigmas hão de resposta ter
Continuo a procurar o sentido
Não tenho nada a perder
Já, no entanto, perdi muito
O que é que eu agora vou fazer?
Conselhos para a direção certa
Não cá estás para me dar
Mergulho nesta dor discreta
Esta fase necessita de ultrapassar
As energias são trespassáveis
De corpo para corpo
Energias boas, momentos memoráveis
Energia más voam com o sopro.
Uma fonte incomensurável invisível
Que vai para além dos meus limites
À quem do compreensível,
A energia que tu transmites.
Pura como uma estrela
Natural como a natureza
Pinto-a numa tela
A energia e a tua beleza.
Nada vi antes tão poderoso
Ou nunca me senti tão pequeno
Mesmo o caminho sendo tenebroso
Nunca me senti tão sereno.
Tu e só tu
Sempre foste tu
Perco me nesse olhar
Esse olhar nu e cru
És uma falha no meu sistema
Acabei por dar-te nada e tudo
Perto de ti torno-me surdo e mudo
Tu és o vento e eu a pena
És mágica sem truques
Feitiços sem chamas
Viajo para outro mundo
Outro mundo em que me chamas
Esta é uma história sem fim
Nada disto tem correspondência
Lamento por não me amares a mim
Com todo o teu amor, na sua essência
Ficarei eternamente sozinho
Se contigo não ficar,
Na estrada à beira do moinho
As tardes íamos lá passar.
Uma admiração permanente
Que eu sinto aquando penso em ti
Falta de racionalidade, naturalmente
Chora, beija-me, ri.
Expresso o que não sinto
Sinto o que não acreditas
Calças sem um sinto
Não são calças proscritas.
Recorro-me ao mau presságio
Não estou preparado para o teu nível
Neste jogo sem estágio
Há claramente um grande desnível.
Descrições prolongadas infinitas
Todas as tuas qualidades descritas,
Mas por mais que tente elogiar-te,
Prometo eternamente amar-te.
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